CERTIFICAÇÕES CONCESSIONÁRIASNo setor de concessão de estradas e rodovias, várias empresas do setor ostentam em seus sites e junto aos seus parceiros de negócio as certificações do tipo ISO ou OHSAS, por exemplo, com o objetivo de qualifica-las frente a sociedade e cumprir as exigências do ambiente empresarial, de grande concorrência em busca de novos investidores.

Ocorre que muitas destas certificações não combinam com a realidade cotidiana das empresas concessionárias, em especial quando tratamos da forma como elas lidam com seus empregados, seja em relação ao respeito e dignidade oferecidos por seus seus patrões, chefes ou supervisores, seja quanto às condições de segurança e saúde no trabalho.

Algumas concessionárias possuem a certificação ISO 9001, que qualifica as empresas sobre a qualidade de seus serviços aos usuários das estradas e rodovias. Mas dentre os critérios que devem ser seguidos para conseguir esta certificação, está o cuidado com a segurança e saúde no trabalho, por meio do cumprimento das exigências dos códigos de segurança determinados pela legislação em vigor.

Outra certificação que algumas concessionárias exibem com orgulho é a OHSAS, que visa atribuir a qualidade da empresa na gestão da segurança e saúde no ambiente de trabalho, devendo implantar uma gestão de riscos contra acidentes e condições perigosas aos seus empregados.

E todas as empresas do setor têm seu Código de Ética, que entre outras coisas, tratam sobre a conduta que a empresa deve ter com seus empregados, pregando um ambiente de respeito, valorização, treinamento, segurança e cuidado com seus colaboradores.

No entanto, o que o Sindecrep-SP e as companheiras e companheiros de categoria percebem em seu dia a dia, é bem diferente do que as tais certificações e códigos de ética tentam passar para a sociedade e para o mercado financeiro.

São várias as denúncias de empregados sobre o descaso das empresas com o bem-estar no ambiente de trabalho, que traduzem medo, insegurança e desrespeito aos trabalhadores da categoria. Dificuldades nos acessos à benefícios, como os convênios médicos ou ainda, a ausência de benefícios, são também parte da realidade que o trabalhador da categoria enfrenta.

E em relação à saúde e segurança no trabalho, a situação não é melhor. São empresas que se negam a preencher a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), que colocam seus empregados para apagar incêndios sem equipamento, preparo e treinamento corretos, que não oferecem botas e uniformes adequados e que exigem trabalho durante as folgas dos trabalhadores.

Diante deste quadro, cabe a nós perguntar: como estas empresas concessionárias conseguem obter suas certificações? Quais os critérios utilizados para qualificar estas empresas? E existe o acompanhamento correto sobre o cumprimento das exigências destas certificações ao longo do tempo?

Iremos exigir que as empresas realmente façam por merecer tais certificações, cobrando o cumprimento das regras legais de segurança e saúde no trabalho, dos Acordos Coletivos, da legislação trabalhista e de seus códigos de ética e conduta. E não vamos admitir que o trabalhador da categoria continue sendo desrespeitado, lutando por ele para que mais benefícios, direitos e garantias sejam conquistados.

Concessionárias: sejam coerentes e façam valer de verdade as certificações e códigos que vocês ostentam. Eles não devem servir apenas para seus objetivos de maior lucro e investimentos, e como uma ação de propaganda e prestígio para aqueles que não os conhecem. Devem também ser o compromisso para com os seus empregados.

O Sindecrep-SP está de olho e conta com a participação dos companheiros da categoria. Denuncie os problemas no seu ambiente de trabalho e vamos, juntos, fortalecer nossa vigilância, luta e conquista por uma qualidade de vida melhor para todos

Somente juntos somos mais fortes!

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